Oficina em Araguaína reuniu representantes da agricultura familiar de 10 municípios - Foto: Ascom Semarh

Araguaína recebeu a Oficina Participativa do Programa Jurisdicional de REDD+ (Redução de Emissões dos Gases de Efeito Estufa por Desmatamento e Degradação Florestal), reunindo representantes e lideranças da agricultura familiar de 10 municípios do Tocantins, entre os dias 4 e 6 de abril . 

A programação, promovida pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) e da Tocantins Carbono (Tocar), reforçou a importância da escuta ativa no processo de construção coletiva do REDD+ no estado.

Considerada a capital econômica do Tocantins e a segunda cidade em número populacional, Araguaína se destaca também por sua relevância produtiva impulsionada pela agropecuária, com destaque também pela agricultura familiar, além do setor de serviços, administração pública e indústria.  

Neste sentido, a oficina foi marcada por uma participação expressiva e interativa das lideranças de associações e sindicatos da agricultora familiar da cidade e de municípios vizinhos como Colinas, Nova Olinda, Palmeirópolis, Tocantinópolis, Palmeiras do Tocantins, Muricilândia, Dois Irmãos, Babaçulândia e Augustinópolis. Durante os três dias, os participantes acompanharam painéis técnicos sobre o REDD+ jurisdicional, participaram de rodas de conversa e dinâmicas em grupo.

A presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Tocantins (FETAET), Jucilene Almeida, ressaltou o protagonismo do Tocantins no tema. “A FETAET foi elogiada por participar do REDD+ no Tocantins, com o engajamento da agricultura familiar. Enquanto outros estados ainda estão tentando se inserir no processo, nós, agricultores familiares e representantes dos trabalhadores do campo, já estamos bem avançados”, afirmou.

Na ocasião, foram escolhidos como representantes para a audiência pública que será realizada em julho, em Palmas os seguintes representantes: Natal Lopes da Silva, Edvânia Arraes Jorge, Sueli Avelino de Oliveira Silva e Josimar Cunha. Eles terão a responsabilidade de levar as principais demandas debatidas nas oficinas e contribuir na construção final dos subprogramas do REDD+ voltados à agricultura familiar, comunidades tradicionais e produtores rurais.

Escolhida para representar sua comunidade na audiência pública, Suely Avelino de Oliveira Silva da Associação dos Pequenos Produtores da Agricultura Familiar do Passarinho (APPAFP), , em Tocantinópolis, destacou a importância do aprendizado proporcionado pelas oficinas. 

“Recebi esse convite com amor e esperança. O que vi nesses dias foi grandioso, algo que só vem para engrandecer o nosso povo e nossas comunidades. Tirei minhas dúvidas e vou continuar estudando para representar bem na audiência pública”, comentou.

Natal Lopes, representante da comunidade quilombola Dona Domicília, de Muricilândia, destacou a importância do aprendizado coletivo. “Esse momento da gente estar aqui aprendendo é importante pra levar esse conhecimento pros outros que não vieram. O REDD+ a gente via falar, mas não tinha conhecimento presencial igual estamos tendo aqui. Ver, conversar e entender as temáticas, para nós, vai ser de grande valor, para levar não só para a nossa comunidade, mas para outras que a gente representa”, pontuou.

Entre as prioridades apontadas pelas lideranças comunitárias destacam-se: formação para os agricultores, fortalecimento da assistência técnica agroindustrial, proteção de nascentes e afluentes, da fauna, preservação das Áreas de Preservação Permanente (APP), aquisição de equipamentos para uso coletivo, poços artesianos, melhorias nas estradas, acesso à internet, incentivo à produção sustentável, roças comunitárias, fortalecimento institucional e criação de cooperativas com a adoção de incentivos financeiros. 

Próximas oficinas

A partir desta sexta-feira,11, com programação até domingo, acontece a  Oficina Participativa no Colégio Agropecuário de Natividade,  com abertura oficial a partir das 15h, reunindo representantes da agricultura familiar local.  E a partir da próxima segunda-feira,14,  será a vez do povo Karajá-Xambioa de participar do processo de escuta. A Oficina Participativa será realizada, a partir das 15h, de segunda-feira,14, e segue até quarta-feira,16, no Centro de Ensino Médio Indígena Karajá-Xambioá (Aldeia Wary Lyty), em Santa Fé do Araguaia, região Norte do estado.